26 novembro 2009

It's Life

"A vida não se escoa, vive-se em cada segundo, em cada minuto de partilha e de amor, e sentir que, quando vemos partir quem amamos o nosso coração parece que se parte, mas afinal isso faz parte da verdade de Amar. Quem ama sem tempo, vive com tempo para amar num tempo eterno..." Quem pensa que viver deve ser apenas a eterna felicidade engana-se redondamente. A vida é composta de alegria e de dor, de felicidade e de tristeza, de sorrisos e de lágrimas, de decepções e de vitórias, da proximidade e da distância...de todos os opostos que procuram incessantemente o equilíbrio e transformam o tempo de existência numa mescla de coragem e desatino, de luta, de resistência, de vitórias e derrotas...plena de Vida. Quando nela nos lançamos corajosamente e trocamos o medo irracional de Ser pelo amor consciente, conseguimos atingir um outro patamar que nos permite visualizar de uma forma mais ampla e perceber que tudo o que "nos faz doer" existe apenas para estarmos conscientes, valorizarmos e sabermos apreciar "o lado bom". Escolher este difícil mas gratificante caminho, Interiorizar e Vivenciar este Amor é o que nos coloca no caminho da Felicidade. A vida é um caminho cheio de obstáculos para quem a aprende e pretende desfrutar em pleno, mas a cada um que se ultrapassa ela fica com um sabor maior e redobra-se a vontade de prosseguir. Há dias em que dá vontade de simplesmente parar, tal o cansaço das lutas "vãs" quando olhamos em volta e nos dá ideia de sermos alguma espécie rara...mas enchemos o peito de ar, levantamos a cabeça e ...rimos daqueles que afinal não entendem nada. Coitados, não sabem que estão a desperdiçar o seu tão precioso tempo. Não somos nós a tal raridade, sim eles que como seres humanos não têm respeito por si próprios, não têm vida e para que alguma coisa lhes faça sentido sentem-se obrigados a fingir, a morrer estando vivos, a condenar os que se dão o privilégio de Ser Pessoas Completas. Não ter medo de Viver e de Sentir, sabendo que os caminhos nem sempre são suaves dá um novo sentido à palavra Existência.

Quando...

Quando as palavras não acabam nunca e as ideias fluem profundas e límpidas, sem armadilhas ou subterfúgios... Quando as horas nunca chegam para tudo o que queremos dar de nós... Quando abrir a alma é uma necessidade imperiosa e tudo o resto se esquece... Quando a certeza do entendimento é completa e o respeito é a norma que nos conduz... Quando a verdade nos guia, a sinceridade é o nosso apoio e a partilha o nosso lema...
Quando a linguagem dos corpos é apenas mais uma forma de nos darmos inteiros e completos...
Quando a honestidade é absoluta e a generosidade ressalta de cada gesto... Quando, sempre mais, nos queremos tornar de uma transparência cristalina e nada deixar oculto... Quando a cumplicidade cresce e a afinidade é quase total... Quando a profundidade de um olhar nos diz mais do que mil palavras... Quando a presença é permanente mesmo separada pela geografia... Quando confiar e acreditar são certezas de sempre... Quando a plenitude existe em cada segundo de vida... Quando o medo de Ser deixa de existir... Quando Sentir é o rumo e "Ter" e "Parecer" não passam de pormenores sem sentido...
Quando...AMAMOS!!!...E Somos AMADOS!

09 novembro 2009

...Olhares...

Olho para mim.
Nesta sala, rodeada de gente com a qual era suposto ter algumas afinidades, não estou cá. Não pertenço aqui. A minha presença não me faz sentido e as poucas palavras que penso calo-as numa completa mudez de sentir. Por aqui apenas paira o volume do meu corpo-máquina em gestos automáticos de me sentar e levantar. Pergunto-me o porquê e para quê deste estar onde não estou, onde não sinto, onde não existo. Questiono esta existência vazia, quando encerro em mim um mundo inteiro de Vida. E penso...penso na voz que me pergunta porque é que as pessoas não conseguem dissociar a sua paz e harmonia, a sua "Boa Vida", das suas relações pessoais. Haverá gente que sim, que afirma viver feliz sozinha... mas olho para elas e vejo-as, prenhas de melancolia, agarrando-se a tudo o que as cerca na urgência de se preencherem... constroem carreiras de sucesso, compram carros, roupas caras, viajam, ...eu sei lá, mas lá no fundo dos seus olhos existe sempre um não-sei-quê de dor, uma sombra azeda, uma nuvem escura... Será porque somos Pessoas e não existimos para viver sós?! Será porque nada existe que dê maior satisfação do que "Viver Com" cada minuto que passa, sentindo e sendo sentida, percebida, entendida...em cada microscópica célula do ser?!... Será talvez por isso que cada vez menos aqui pertenço...e que ando cada vez mais sozinha, mas jamais Só! Porque existe um Mundo onde sou, que cintila permanentemente em mim, onde sinto profundamente cada segundo do tempo que voa, onde sou sentida toda eu, onde Sou Inteira! E é aí que eu VIVO! Talvez, quem sabe, não fosse este mundo e também eu seria cheia de tudo...mas vazia de mim...

08 novembro 2009

VIDA

Não será o coração a mais alta das cartas na vida? Nele estão guardados os mais belos sentimentos... aqueles que deveriam comandá-la! Mas poucos são os que conhecem os sentimentos, que os fazem padrão na sua vida. Muitos sim, vivem padronizados ao prazer de ter e de alimentar uma imagem social quando afinal não passam de animais com cio. E, quando se deparam com os tais poucos que se interrogam, que sofrem, que choram e riem porque sentem, chamam-lhes loucos e stressados, acham-nos permanentemente insatisfeitos e dizem-lhes que precisam de retiros espirituais no Tibete... Mas não! A insatisfação existe quando se pertence a uma classe que vive neste mundo, de nome "os coitadinhos". Os que vivem numa redoma para se taparem da realidade e sorriem de satisfação por pura ignorância, que é bem pior que uma doença terminal. Andam de canto para canto sem saber bem a razão desse andar e sem nunca conhecer a plenitude de sentir. Amam-se e mudam de vida e de amor como se muda uma roda que furou, como se viver fosse uma qualquer novela de gata borralheira. Viver é saber que a Vida não é um jogo de ganhar e perder. A Vida é tão simples que difícil se torna aos olhos de quem só quer voar nas alturas pagando o preço sem questionar. O meu Tibete mora comigo, move-se comigo, sente comigo... Chama-se Vida. Nela sempre encontrei as respostas e consequências dos meus actos. É nela que moram os que me querem bem e me estendem a mão sem sequer querer nada em troca. O meu Tibete chama-se Eu e nele viverei infeliz que é uma forma de felicidade pura, pois só podemos ser bons quando passamos pelo mal e aprendemos o valor do bem. A paz faz tempo que habita o meu interior e não a conquistei, não a comprei, nem tão pouco a roubei ou me foi oferecida. Caminhei na estrada da Vida onde caí, onde chorei, onde ri e lá encontrei o que de mim fez um ser humano... Sentimentos.