17 outubro 2011

Sim, Esta Eu Quero Ser!!!

Já consigo...


Já consigo não chorar! Pelo menos isso... O que é uma melhoria considerável se pensar em ocasiões anteriores...
Já consigo fingir dureza e alguma indiferença, já consigo "ser social". Sim, já consigo!
Mas será que a vida está destinada a ser assim? Será que apenas deve ser um constante evitar as lágrimas e ir tentando acordar todos os dias de manhã... como se isso fosse um feito notável?! Será que a vida deverá ser assim, apenas um "ser social" e esconder o que vai na alma, no fundo, no peito?! Será que a vida deve ser assim, apenas um interminável contar de horas entre o acordar e o adormecer?!...
Onde está o sol??? ...E as gargalhadas sonoras que me saiam de dentro e se soltavam, fortes, livres, vivas?!
Onde estão os olhos, vivos, alegres que olhavam o mundo e lhe davam outras cores?!
Onde está a vontade?! Sim, a vontade, a força, o crer... Tudo o que dava vontade de mexer assim que o sol raiava ou a chuva caía...que importava isso ...se o resto existia?!
Onde estou eu, pergunto-me, onde estou eu?...

04 outubro 2011

Estou a voltar!...



Pleno Outubro e a praia convida-nos como não o fez durante quase todo o verão.
O mar, límpido e sereno, solta-nos a alma e chama-nos a espraiarmo-nos pelos nossos sonhos, de coração aberto e espírito disposto à descoberta.
Este infinito azul mar-e-céu toca-me sempre fundo e relembra-me que estou viva, que tenho de Estar Viva! É um dever inerente ao simples facto de Existir!
E, apesar das desilusões profundas, do desacreditar magoado, da tristeza cortante, dos medos que se vão enraizando...eu quero continuar a Crer, quero continuar a sorrir, quero ser capaz de Viver!
Finalmente iniciei o meu processo de reinício e me volto a sentir EU!

01 outubro 2011

Laranja-Sol


Uma tarde que se iniciou ansiosa dos primeiros passos, facilmente quebrados por entre palavras e o tinir dos cubos gelados nos copos altos. Porque será que guardamos em nós tantos receios?! ...
Timidamente roçam-se as peles, as mãos... os corpos. Mesmo sem música, dança-se com harmonia na descoberta de outros passos e outros volteios quando nos permitimos descobrir que, afinal, não estamos sós. Em inocentes brincadeiras, deixamo-nos viver nas gotas suadas dos anos e dos cansaços.
As últimas cores quentes ainda iluminam esta planície de serenidade, quando o céu espelha este laranja-sol outonal. Horas pacíficas, aconchegantes... onde me quero perder para me reencontrar, em palavras e actos, em alma e gente, em sentir e ser.
Passeios, pela paisagem e por nós próprios, levam a descobertas de vizinhanças ocultas que tendem à aproximação. Recordações, infâncias, momentos gravados fundo que, perenes, se retêm no baú das memórias doces e queridas e vão contribuindo para a construção de um novo presente. Um Presente-presente, oferta a que nos damos direito pelo simples facto de estarmos vivos.
Descobrem-se as barreiras que construímos, pintadas de timidez e da falsa segurança que encobre todos os medos. O livro vai-se deixando abrir e vamos lendo, letra a letra, novas páginas da vida...
Cai por fim a noite e com ela a intimidade de espaços menos iluminados que conduzem a uma maior quebra de distâncias  e pedem que simplesmente nos abandonemos a nós, esquecendo os temores e os fantasmas... E no final um "Até Breve!" que se anuncia desejado... 

Indubitavelmente....Pessoa

Na Faina...


















E quando, no fim, se olham as redes e covos vazios.... perguntam-se:
- Para quê tanta labuta?....