22 novembro 2010

Meio Século


Meio século de vida, de passos dados em caminhos nem sempre risonhos.
Muitas pedras se tiveram de contornar, muitos precipícios se abriram à frente, muitas encostas íngremes tiveram de ser conquistadas, a pulso, com garra.
No fundo do coração sempre habitou um Crer, um infinito Crer que um dia...iria acontecer! Um dia chegaria o que só uma vez na vida acontece verdadeiramente.
Durante muito tempo esse crer foi abafado, adormecido, substituído até por muitos outros quereres superficiais e passageiros.
Nasceram e morreram supostos amores, foi escalada a montanha da traição, da indiferença, do vazio, da repulsa... esse Crer quase foi assassinado por um mundo que não sabe sentir e uma íntima solidão me acompanhava, estivesse onde e com quem estivesse.

Um dia uma curta mensagem convidou-me a viver de novo.
Li-a, tímida, desconfiada, temendo a dor, mas alguma coisa me impeliu a responder... Afinal esse Crer ainda estava vivo! Quem sabe...pensei.
Desde então a vida foi ganhando um significado novo e diferente, tão cheio de tudo que algumas vezes cheguei a duvidar.
Sofri e muitas vezes chorei em silêncio, a coberto destas paredes que me resguardaram do mundo e serviram de ombro para as minhas dores.
Hoje, com meio século já vivido, o Crer que sempre esteve comigo, cresceu. É adulto, consciente, leal, fiel.
Hoje também já chorei aqui, entre as mesmas paredes...mas estas lágrimas foram de comoção e de uma intensa felcidade.
Hoje grito todas as certezas porque as conheço, porque as vivo todos os dias.
Hoje já foi banida a solidão e ao meu lado caminha, numa íntima e completa união este...SINTO-TE, Profundamente!

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