26 julho 2009

Um Homem...


Na paz dos homens vive um homem que procura o sossego para a sua alma que deixou algures perdida na lama da vida, na sujidade das noites, envolvido na lama pior que o mundo produz, a falsidade.
Um dia, depois de muito mergulhar nesse lodo fétido mas enganadoramente brilhante e de aparência aliciante, esse homem olhou o brilho real do sol e decidiu abandonar esse mundo hipócrita, sujo e ávido da essência de quem por lá anda.
Encontrou a sua alma que pensava ter ficado perdida, mas o reencontro com ela tem atravessado períodos difíceis, de lutas e polémicas, pois a paz dos homens é também enganadora e falsa, feita de traições, mentiras e acusações. Tanta falsidade, moralidade enganadora e vestimentas sociais levam a que se pergunte se valerá a pena...
O face a face consigo mesmo nem sempre é pacífico e, nas tempestades dos dias, algumas vezes oscila e pende para o retorno a esse mundo onde não há tempo para pensar.
Mas, de essência pura e generosa, honesta e sentida, embora esgotado por tantas horas de reflexões, confrontos e questões, esse homem tem caminhado ao encontro de si próprio e, apesar de todas as injustiças, a sua alma rejuvenesce na serenidade que vem alcançando no lago tranquilo e seguro do amor profundo que ajuda a cicatrizar todas as feridas.
Hoje, bem cuidada e quase restabelecida, a sua alma descansa aconchegada no abraço de um coração que a ama ...profundamente!

23 julho 2009

Tudo mudou...

"Nascemos nos anos 30, 40 e 50... foi difícil mudar todos os conceitos de várias gerações.
Faz apenas 50 anos que apareceu a televisão, o chuveiro eléctrico, a declaração dos direitos humanos e a revista Playboy.
Casar era para sempre, sustentar os filhos era somente até que eles conseguissem emprego, as certezas duravam toda a vida e os homens eram os primeiros a serem servidos à mesa de jantar. As avós eram umas velhinhas, hoje, essas avós de 40 ou 50 anos são uns “aviões". Todos vestimos o mesmo que os nossos filhos. Não existem mais velhos como antigamente. Esta foi uma geração em que mudou tudo. Culpa da guerra, da pílula, da internet, da globalização,do muro de Berlim, da televisão e da tecnologia. Até morrer hoje é diferente. Na minha rua havia um velhinho que morria aos poucos. Demorou uns dez anos a morrer e isto aconteceu logo a seguir a completar os 57 anos. Hoje morre-se com 80 ou aos 90 e é num repente. Com a pílula, a mulher passou a ter os filhos que quis e ela sempre quis poucos. Como não conseguimos sozinhos sustentar a família, elas saíram para a luta para se poder pagar a comida congelada, a luz e o telefone. Se as coisas não vão bem, é fácil a separação, difícil é pagar a pensão. Na realidade, há mães solteiras com pouco mais de doze anos. Depois serão chefes de família, com muitos filhos de muitos pais. Em 50 anos tiraram a Filosofia da educação básica e, como o pensamento era reprimido, com a revolução tudo mudou para libertação. Pedagogia da libertação, Teologia da libertação, Psicologia da libertação. Deu no que deu. Burrice libertada. Burrice votada e eleita. Para as pessoas de mais de 50 anos, os palhaços eram o Rico e o Pobre . Hoje o povo inteiro é meio palhaço, meio pateta. Ladrão era o Palma Inácio e o Bandido da Cruz Vermelha; hoje os ladrões tomaram conta dos Palácios, das Câmaras e das Regiões e de tudo onde podem deitar a unha. A "Lola mamona" só trabalhava na zona da Praça do Chile. O Presidente da República e o Primeiro-Ministro não eram um qualquer advogado ou um falso engenheiro mas sim um português totalmente alfabetizado. Experiências com feijão e algodão a germinar fazíamos na escola primária e não em vôos espaciais, que custam milhões de dólares. Movimento social era o que chamávamos a uma reunião dançante. O dia das mentiras não era uma data nacional. Piercing ou ossos na cabeça quem os usava eram os pretos. Tatuagens eram coisas de criminosos do bas fond. Casa de campo era algo de filme de terror e não um local onde os ministros dividem o saque. O Caseiro não era mais ético do que ministro. A Quadrilha era uma dança e não razão de existência de partidos políticos. O Clube dos Mau-Maus era um grupo de inofensivos playboys lisboetas e não um País inteiro. As pessoas de mais de 50 estão por tudo isto meias tontas, mas vão andando. Fumaram e deixaram de fumar. Beberam whisky com muito gelo, hoje tomam água mineral. Foram marxistas até descobrirem quem eram o Harpo, o Chico e o Groucho, e que o marxismo é um grande engodo. Viram o futebol começar a mandar na política. Bandidos (como o tal Inácio) e assassinos (como o moçambicano que queria meter as pessoas no Campo Pequeno e fuzilá-las) serem glorificados como heróis… Viram polícias (uma força de segurança) sindicalizados e a fazer greve… Juízes (um órgão de soberania) a fazerem greve também… Gente poderosa (ou por dentro) a avisar a Fátima Felgueiras para fugir e não ser presa, ou o Pinto da Costa para não ser preso nem apanhado em falso… Ou a deixar aberta a porta para o padre assassino e gay fugir da prisão no Funchal… Vimos a permanente falta de médicos, porque a corporação destes impõe ano após ano um número clausus baixíssimo para com a carência poderem fazer-se pagar a peso de ouro, a ponto de termos de importar médicos de Espanha e aproveitar outros oriundos dos países de Leste… Vimos os deputados da Assembleia da República picarem o ponto pela Páscoa e saírem de imediato para um fim de semana antecipado… Ou irem assistir a um jogo de futebol a Barcelona e quererem não só que lhes retirem a falta, como ainda lhe paguem ajudas de custo… Ninguém tem mais a certeza de nada e a única música dos Beatles que apetece tocar é o "Help". Pára Portugal, que a malta de mais de 50 anos quer descer!!! Ao ler esta mensagem dá um aperto no coração só de pensar que tudo isto é pura verdade! Que a nossa realidade é de fazer vergonha! E o pior, é que já ninguém sabe o que é "vergonha"? Se isto é (ou ainda é) um país, alguém tem de fazer alguma coisa." * Autor desconhecido (para não ser preso)* Transcrevi na íntegra esta mensagem que me enviaram. Anónimo o texto para, tal como o autor reconhece, "não ser preso". Eu publico-a! Estas palavras apenas gritam o que muitos sabem, muitos mais suspeitam...mas todos calam...com medo! Estas palavras apenas descrevem [com mais ou menos rigor...] o estado de degradação a que deixámos, todos nós, chegar este país. Sim, Todos nós! Quando calamos injúrias, aceitamos vigarices, compactuamos com as drisciminações, ilegais mas praticadas legalmente, a que estamos sujeitos pelas garras das instituições e jurisprudência deste país, que penalizam os que menos podem e sustentam as enormes canalhices praticadas por alguns, que sempre ficam impunes abrigados por leis feitas à sua medida e defendidos por representantes, pagos a peso de ouro, que sempre descobrem "uma porta de saída" airosa para os que deviam estar enjaulados como perigosos espécimens da raça humana. Todos Nós! Os que protestamos mas que continuamos a aceitar...por medo?! Todos Nós! Que sempre achamos que "isto está perdido" e que nada podemos fazer...a não ser, baixar os braços e esperar que nos cilindrem definitivamente. Será que é assim que vamos Acabar?...

16 julho 2009

Mais Uma História...

Há já algum tempo chegou até mim esta história que nos dá mais uma lição de vida e nos ensina quanto devemos olhar, analisar e apreciar quem nos rodeia, sem ideias pré concebidas e falsas imagens de "bem parecer". Mais uma história em que os sentimentos puros e honestos se sobrepõem à maldade, à mentira e ao preconceito, pragas incuráveis que assolam a nossa sociedade.


O dono de uma loja estava a colocar um anúncio na porta: “Cachorrinhos à venda”.
Esse tipo de anúncio sempre atrai as crianças e logo um menino apareceu na loja a perguntar:
- Qual é o preço dos cachorrinhos?
O dono respondeu: - Entre 60,00€ e 100,00€.
O menino colocou a mão no bolso e tirou umas moedas:
- Só tenho 4,37€. Posso vê-los???
O homem sorriu e assobiou…
De trás da loja saiu a sua cachorra correndo, seguida por cinco cachorrinhos. Um dos cachorrinhos estava a ficar para trás. O menino imediatamente apontou o cachorrinho que coxeava e perguntou:
- O que aconteceu com esse cachorrinho?
O homem explicou-lhe que quando o cachorrinho nasceu, o veterinário lhe disse que tinha uma perna defeituosa e que andaria a coxear pelo resto da sua vida. O menino emocionou-se e exclamou:
- Esse é o cachorrinho que eu quero comprar!
E o homem respondeu:
- Não, tu não vais comprar esse cachorro, se tu realmente o queres, eu dou-to de presente. E o menino não gostou, e olhando directo nos olhos do homem disse:
- Eu não o quero de presente. Ele vale tanto quanto os outros cachorrinhos e eu pagarei o preço completo. Agora vou dar-lhe os meus 4,37€ e a cada mês darei 5,00€ até que o tenha pago por completo.
O homem respondeu:
- Tu não queres de verdade comprar esse cachorrinho, filho. Ele nunca será capaz de correr, saltar e brincar como os outros cachorrinhos.
O menino agachou-se e levantou a perna das suas calças para mostrar a sua perna esquerda, cruelmente retorcida e inutilizada, suportada por um grande aparato de metal.
- Bom, eu também não posso correr muito bem e o cachorrinho vai precisar de alguém que o entenda. O homem estava agora envergonhado e seus olhos encheram-se de lágrimas…Sorriu e disse:
- Bom, eu também não posso correr meu filho, só espero que cada um destes cachorrinhos tenha um dono como tu!!!

Muito bem, e o Moral da história:
Na vida não importa como somos, mas que alguém te aprecie pelo que tu és, te aceite e te ame incondicionalmente .
Um verdadeiro amigo é aquele que chega quando o resto do mundo já se foi.
(Autor desconhecido)

11 julho 2009

De costas...

Resolvi voltar as costas ao mundo, fartei-me da sua sujidade, da sua pouca dignidade, da sua inverdade...
Estou farta de ser correcta numa sociedade incorrecta, desprovida de valores e sentimentos...
Olho para estes tristes seres e apenas lamento o ingrato e amargo vazio que lhes corre nas veias e a maldade que lhes impulsiona os dias.
Na sua completa insignificância já não me atingem, sobrando espaço apenas para me proteger dos seus malefícios e me manter fiel a mim mesma.
Apenas quero que me deixem na minha Paz. Os que me tentarem atingir provarão o sabor do seu própio veneno, como uma cascável que morde a sua cauda e morre, inevitavelmente, na sua própria boca.
Construí o meu próprio mundo, àparte desta loucura global onde Homens mais não são que bichos raivosos, desrespeitando até a severa lei da sobrevivência.
Aqui SOU, sem medos e sem mentira, despida de tudo, vestida apenas de MIM. Aqui DOU, incondicionalmente, tudo o que SOU...a quem nele comigo Convive e mantem acesa a verdade de Sentir e Ser quem é!
De costas...não permitirei que me apunhalem mais!
E, neste belo mundo sem mundo, a porta só abre com as leves e mágicas batidas dos sentimentos...

04 julho 2009

Pinceladas de Vida


Duas telas, já marcadas por traços antigos e amarelecidas pelo tempo, andavam à deriva nos ventos que sopravam, quando uma hábil pintora as descobriu e as reciclou.
Manchas escuras e vincos profundos deixavam perceber que tinham sido maltratadas; os cantos amarrotados mostravam falta de carinho e cuidados no seu manusear.
A pintora abriu-as cuidadosamente, colmatou-lhes as rugas, alisou-as e compôs-lhes as margens esfarrapadas.
Meticulosamente, resolvendo uni-las, ajustou-as uma à outra e, numa só tela gigante, decidiu pintar uma paisagem diferente, um retrato único que ficasse na história do coração da humanidade.
Começou por esboçar um fundo harmonioso para que a junção das duas telas passasse despercebida.
Depois, criando novas cores, deixou voar a sua imaginação e pinceladas fortes e vivas foram aparecendo, dando vida ao que parecia já ter conhecido um estado de quase morte.
Pouco a pouco, novos matizes delinearam formas, umas esbatidas, outras bem demarcadas… e aquela tela original foi renascendo, encheu-se de odores a Primavera, bater de asas ligeiros e subtis, sabores a maresia.
Não podendo ignorar os tons mais escuros, com eles pintou a noite, mas salpicou-a de estrelas e nela rasgou raios de luar prateados.
Pincelou tempestades, mas por entre as nuvens havia sempre alguns raios de sol, que tornavam mais suaves aquelas tonalidades sombrias.
Mas esta artista preferia as cores claras e alegres, plenas de vida e essas predominavam no conjunto, imprimindo-lhe um brilho radioso que encantava o olhar.
Cada movimento do pincel moldava novos detalhes e, imparável na sua criatividade, inventou nuances únicas na sua luminosidade.
Ainda não satisfeita consigo mesma, imprimiu ao seu trabalho uma vontade imperiosa de perfeição e continuou a sua obra, incansável, todos os dias.
E aquelas duas telas já gastas, agora transformadas, são o suporte de uma obra-prima da Vida, que decidiu uni-las com uma força sem igual, tornando-as unas e indissociáveis.
Neste trabalho ainda não terminado, já se percebe a coragem e a honestidade. De cada canteiro florido ressalta a luz inconfundível do amor e da união, da partilha profunda dos recantos da alma. As borboletas transportam nas asas a força, o querer e a vontade.
Em cada pormenor desta aguarela descobrimos sonhos escondidos que agora se mostram e ganham um sentido real.
E a cada novo dia mais um retoque é acrescentado nestas duas telas feita uma, nestas duas existências inapartáveis, que a cada pingo de tinta mais se misturam, transformando-se, passo a passo, nesta obra de arte que a Vida, artista suprema, resolveu desenhar em nós.